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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O GOVERNO JUSTO DE PLATÃO

No século IV a.C., em data imprecisa, surgiu em Atenas a primeira concepção de sociedade perfeita que se conhece. Tratou-se do diálogo A República (Politéia), escrito por Platão, o mais brilhante e conhecido discípulo de Sócrates. As idéias expostas por ele - o sonho de uma vida harmônica, fraterna, que dominasse para sempre o caos da realidade - servirão, ao longo dos tempos, como a matriz inspiradora de todas as utopias aparecidas e da maioria dos movimentos de reforma social que desde então a humanidade conheceu. O egoísmo está superado e as paixões, controladas. Os interesses pessoais se casam com os da totalidade social, e o príncipe filósofo é a tipificação perfeita do demiurgo terreno. As formas de governo fazem leis visando seus interesses, e determinam assim o que é justo, punindo como injusto aquele que transgredir suas regras. "Como seria uma cidade justa?" Platão salienta que a justiça é uma relação entre indivíduos, e depende da organização social. Mais tarde fala que justiça é fazer aquilo que nos compete, de acordo com a nossa função. Para implantar seu sistema de governo, Platão imagina que se deve começar da estaca zero. Platão repudiava o modo de vida com a promiscuidade social, ganância, a mente que a riqueza, o luxo e os excessos moldam, típicos dos homens ricos de Atenas. Nunca se contentavam com o que tinham, e desejavam as coisas dos terceiros. Platão achava um absurdo que homens com mais votos pudessem assumir cargos da mais alta importância, pois nem sempre o mais votado é o melhor preparado. Era preciso criar um método para impedir que a corrupção e a incompetência tomassem conta do poder público. Para Platão, o conhecimento humano vem de três fontes principais: o desejo, a emoção, e o conhecimento, que fluem do baixo ventre, coração e cabeça, respectivamente. Essas fontes seriam forças presentes em diferentes graus de distribuição nos indivíduos. Elas se dosariam umas às outras, e num homem apto a governar, estariam em equilíbrio, com a cabeça liderando continuamente. Para isso, é preciso uma longa preparação e muita sabedoria. O mais indicado, para Platão, é o filósofo: "enquanto os filósofos deste mundo não tiverem o espírito e o poder da filosofia, a sabedoria e a liderança não se encontrarão no mesmo homem, e as cidades sofrerão os males". A base moral será dada pela crença em Deus. O que torna a nação forte seria Ele, pois ele pode dar conforto aos corações aflitos, coragem às almas e incitar e obrigar. Platão admite que a crença em Deus não pode ser demonstrada, nem sua existência, mas fala que ela não faz mal, só bem. Retirado do SITE, Projeto Governo do justo.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Sobre a morte e o morrer [a propósito de Finados]

A morte é, seguramente, um tema sobre o qual há muita resistência em se discutir. É, por outro lado, uma realidade sobre a qual não há o que se discutir! Todos morremos e, sobre tal verdade, não há possibilidade de qualquer aporia. A questão é como nos relacionamos com tal realidade. Há os que a negam, não aceitando por meio de elaborados discursos ideológicos. Há os que a ignoram, por meio do silêncio. Está claro que a natureza nos dá fatos e, nos distinguimos dos demais animais, mais do que por consciência, pela capacidade de outorgarmos sentido novo e original para os referidos fatos. No caso da morte, mais do que saber de sua inevitabilidade, ousamos significá-la de modo que habite com um mínimo de conveniência nossos sistemas de pensamento, de valores e de atitudes. Em outras palavras, é porque encaramos a morte e sua inevitabilidade que optamos por assumi-la como uma espécie de companheira de viagem que nos ajuda a encontrar o caminho certo a trilhar! O cotidiano, porém, nos revela um relacionamento mais traumático com a morte. Violência, injustiça social, fome, enfermidades e tantos outros descaminhos nos fazem crer que seria possível evitar o fim. Obviamente, não está excluída a luta pela vida e pela dignidade dela; mas não nos é possível divagar sobre o foco principal e, de alguma forma, negar ou esconder a realidade. Todos morre(re)mos! Um elaborado sistema de negação da morte é o discurso científico. A medicina, por exemplo, quando investe todas as suas forças em esticar a vida a todo o custo nos frios CTIs, contribui para o prolongamento dos dias de vida, mas se esquece que o sentido e a qualidade da vida está um pouco distante da quantidade de dias vividos. Preferirei morrer em casa, ao lado dos meus queridos, sentindo o cheiro do meu lar, a dar meus últimos suspiros ouvindo bips e enxergando azulejos brancos, com hora pré-determinada para alguém me tocar. Outro discurso muito bem elaborado que, por vezes, pode nos levar a negação escamoteada da morte é a religião. Qualquer sistema religioso que se preze não excluí de seu elenco de assuntos a morte. Há, porém, modalidades nesses discursos que nos afastam da realidade e criam um mundo virtual no qual parece estar a verdade. No caso do Cristianismo, por exemplo, a fé na ressurreição, que se coloca como uma bela e profunda consciência sobre a morte e seu significado mais radical, pode transformar-se ideologicamente numa fuga da vida e de suas responsabilidades. Acredito que tanto a ciência quanto a religião, cada uma a seu modo e no seu lugar, devam nos ajudar a viver e, por conseqüência disso, nos ajudar a morrer, também, com mais coragem e com maior dignidade! Isso porque a morte é conseqüência da vida. Ou, de outra forma, a morte é parte integrante da vida. Vida e morte são uma linha de continuidade. A morte não pode ser encarada como um ponto ao fim da vida. Isso faz dela uma tragédia sobre a qual a vida perde seu significado. A morte, ao contrário, cria a expectativa da realidade. Como não temos todo o tempo ao nosso dispor, e como não sabemos a hora de nossa morte, cada instante de vida adquire um status plenamente original: é o único que dispomos. Ou o gozamos bem, ou corremos o risco de jogar tudo fora! Assim, morrer é uma tarefa que se constrói vivendo. A exemplo do que ocorre com a natureza – na medida que começamos a morrer no dia que nascemos, dada a provisoriedade dos sistemas vitais do corpo humano – importa-nos afinar nossa conduta de modo que cada dia vivido seja experimentado com a possibilidade de ter sido o último, sem que haja necessidade de um seguinte para corrigir alguma coisa. Quando isso ocorre, a morte ganha uma outra conotação: deixa de ser uma tragédia inevitável que nos toma de surpresa, e passa a ser uma amiga de todos os dias que nos lembra da fragilidade da vida e da importância de sua experiência radical, tanto no aspecto pessoal, como nas questões de natureza convivial. Nesse sentido, a morte dos outros pode nos ajudar a morrer melhor! Os que amamos e já se foram podem nos servir de alerta sobre a provisoriedade da existência e, dessa forma, contribuir para que ousemos viver com mais radicalidade. Que bom seria se pudéssemos desde bem cedo enxergar a morte dessa forma e com ela nos relacionarmos sem muitos traumas. Seríamos mais sensatos e mais corajosos! Os mortos não podem ser relegados ao esquecimento dos CTIs, dos necrotérios e dos cemitérios. Precisam fazer parte de nós e conosco conviverem. Não numa relação de luto constante que deprime e impede a vida, mas como alimento antropofágico que nos dá força e ressignifica nossa existência. Por fim, devo resgatar um exemplo bíblico que ilustra com radicalidade o significado profundo da morte. A cruz e a morte experimentada nela por Jesus não foram acidentes de percurso. A morte de Jesus de Nazaré foi conseqüência de sua vida. Sua intransigente opção pelo bem e pelo amor o fizeram ter que encarar as ameaças da cruz. Como não recuou um milímetro em sua opção, a morte levantou-se como inevitável e é exatamente nesse sentido que a morte passou a fazer parte de sua vida; e, mais ainda, a morte deixou de ser fim e passou a ser inauguração de uma nova dimensão da caminhada: a ressurreição. O Cristo ressuscitado é o mesmo Jesus crucificado; carrega as mesmas chagas. A vida, porém, ascendeu a um novo patamar onde as fronteiras entre vida e morte ruíram e um Ser Humano novo, recriado, passou a viver plenamente! É isso – Tempus Fugit! Carpe diem! Escrito por: Prof. R. Lengruber (SME de Nova Friburgo).

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Texto aberto à população evangélica de São Gonçalo.

A Graça e a Paz do Senhor Jesus! Querido(a) irmão(ã), "...a nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais" (Efésios 6:12). Sabemos que o diabo, que foi apontado por Jesus como ladrão, tem tentado roubar tudo que é de Deus dizendo que é dele. Assim foi com a tentativa de roubar o trono do Pai, roubar a adoração ao Todo Poderoso e roubar a autoridade que o Eterno nos entregou em Gênesis 1:28, quando disse que nós deveríamos dominar e sujeitar toda a criação, ou seja, o princípio de governabilidade sobre toda a criação que havia sido entregue ao ser humano santo e sem pecado. O processo de tentação de satanás era, acima de tudo, para roubar a governabilidade sobre a criação e sobre a obra prima da criação do Pai: o ser humano. Caímos, pecamos e entregamos para ele a governabilidade que nos foi confiada. Assim, ele inventou a mentira de que a política é dele, algo que muitos acreditaram e se posicionaram ao lado deste engano ao longo dos anos.  Se a política é o instituto do estado moderno para conduzir uma cidade, estado ou nação em seu território, o diabo tem usado dela para cumprir seus intentos. Que igreja ainda não presenciou uma batalha travada na vida de uma pessoa endemoniada? Então, como que ao mesmo tempo em que expulsamos em nome de Jesus demônios que usam do corpo do ser humano e através do nosso voto colocamos no poder de nossas cidades, estados e nação pessoas que não foram justificadas pelo sangue do Cordeiro e que serão usadas por satanás para dar a legitimidade que ele precisa para continuar, naquele território (cidade, estado ou país), comandando os demônios inferiores que continuarão atuando com a intenção de destruir vidas, famílias, instituições, etc. Muitas vezes, os mesmos crentes que expulsam os demônios são os mesmos que elegem aqueles que serão usados para que as potestades assumam o controle de nossas cidades. Será que nos esquecemos da batalha espiritual na política da Babilônia que foi travada por Daniel (Cap. 10) quando um anjo veio em seu socorro, tendo que ir buscar o arcanjo Miguel, porque outros dois principados estavam se levantando para lutar no mundo espiritual, tudo porque um jovem político temente a Deus foi levantado como governador para comandar debaixo dos princípios do Todo Poderoso e isso iria atrapalhar os planos do inferno na governabilidade da Babilônia? Com a visão correta e bíblica acerca da batalha espiritual em minha cidade foi que, em 2004, vi pela primeira vez na minha geração a possibilidade de ter no governo de São Gonçalo uma pessoa temente ao Senhor, o que atrapalharia a ação das potestades que atuavam em nossa cidade. Essa visão era tão forte em meu coração que, no dia da eleição em outubro de 2004, eu estava no Jardim do Getsêmane, em Jerusalém, Israel, de joelhos dobrados intercedendo para que Deus movesse os céus para que fosse eleita a mulher de Deus para minha cidade. Novamente, em outubro de 2008, no dia da eleição, eu estava no Getsêmane, em Jerusalém, pedindo a Deus para continuar abençoando a cidade de São Gonçalo mantendo no poder aquela que temia seu nome. Tenho uma missão como profeta nesta cidade onde Deus me colocou. Depois de refletir e orar, Deus me fez lembrar de uma palavra liberada em meu gabinete pela própria prefeita: "O projeto de Deus para São Gonçalo não termina com Aparecida Panisset." Respeito o homem que está sendo apontado por ela como seu substituto, mas sou sacerdote do Deus Altíssimo para afirmar que o homem que Deus quer usar para qovernar São Gonçalo precisa ser coberto pelo sangue do Cordeiro, fazer parte de uma igreja e ter um pastor. Neilton Mulim é o único que preenche tais condições. Convertido a Cristo há mais de 10 anos, Neilton é membro da PIB de São Gonçalo e seu pastor chama-se Levi Mello, além de ser gonçalense. Agradeço a Deus o tempo que ele permitiu que tivéssemos uma prefeita que nunca negou seu compromisso com seu Deus, mas para que as potestades das trevas não tenham legitimidade para agir em nosso território, precisamos eleger Neilton Mulim que, assim como foi com Aparecida Panisset, ele é o elo entre o Reino de Deus e a igreja que tem autoridade para determinar a bênção sobre nossa cidade. Não trato política por política, mas política por princípios do Reino. Sei que muitos podem não concordar com o que estão lendo, mas assim Deus nos fez, livres para pensar, refletir e fazer escolhas, porém, prestaremos contas a Deus por cada uma delas. Se você é um cristão, você tem a mente de Cristo e não pode ser manipulado por aqueles que possuem outros interesses na eleição de outro candidato que não seja Neilton Mulim. Que as bênçãos do Senhor estejam sobre todos, guardando-os e protegendo-os de todo o mal. No amor de Yeshua, Walter Cristie Silva Aguiar Presidente da Associação de Igrejas Evangélicas MYS (RJ-MG) Diretor da Faculdade Aplicada de Teologia e Filosofia - FATEF

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Se ensinares, ensina ao mesmo tempo a duvidar daquilo que estás a ensinar. José Ortega

Sobre ensinar e apreender!

A sociedade contemporânea, por sua imensa diversidade, tem nos imposto a sensação de que a velocidade de tudo tem aumentado; que a capacidade das pessoas tem se potencializado. Em razão da extraordinária pluralidade dos estímulos, temos sido levados a crer que, “naturalmente”, há sempre crescimento e aprendizado. Isso tem seu lado de verdade, se pensado sob o ponto de vista do acesso à informação ou da maneira como podemos alcançar pessoas e instituições por meio das ferramentas tecnológicas do nosso tempo. Mas, por outro lado, é absolutamente inconsistente a ideia de que nosso tempo é mais promissor que outros momentos da História. Os fatos têm revelado o quão frágeis têm se mostrado nossas conquistas e como há efeitos colaterais nocivos em muito do que pensamos ser avanço e evolução. Dados e números relacionados ao meio ambiente, à saúde, à educação e a tantos outros aspectos da vida individual e social revelam que nosso tempo – e, nisso, não há muita diferença de outros tempos da História – sofre copiosamente por conta da intervenção humana. A maneira como nos relacionamos com as pessoas – incluindo o relacionamento com o próprio “eu” – e a forma como interagimos com a Natureza nos fazem ver, com clareza cada dia maior, os imensos males dos quais padecemos e, em certo sentido, retroalimentamos incessantemente. Tanto do ponto de vista cognitivo, quanto em questões psico-afetivas, está claro que estamos doentes. Se há, por um lado, avanços significativos na ciência e suas tecnologias, conhecimento cada vez mais profundo sobre o comportamento e as sensações humanas, uma explosão do senso religioso e das práticas espirituais; há, por outro, uma visível superficialidade nisso tudo: uma ciência cuja efemeridade espanta até o mais cético dos teóricos; uma psicologia confusa e confundida em suas bases de sustentação; uma religiosidade mercantilizada e, por isso, banalizada e descartável. Na escola, reverberam todas essas crises num espaço só. Tudo que sofremos no dia-a-dia respinga nas escolas e nos atores da vida escolar de uma forma esponecialmente aumentada. O conhecimento que aparentemente está ao alcance dos cliques se esvai por entre os dedos como quem tenta conter água nas mãos. O comportamento e os valores se revelam cada vez mais frágeis e cheios de lacunas e senões. A suposta solidez de outros tempos cedeu espaço ao ermo campo das interrogações, medos e, acima de tudo, de um tempo em que tudo deve ser pensado ao extremo dos detalhes, mas que, contraditoriamente, despersonaliza e coisifica tudo e todos. Intuo que isso tudo se deva, em primeiro lugar, a uma verdadeira revolução pela qual estejamos passando; uma mudança de paradigma da qual somos protagonistas e espectadores ao mesmo tempo; algozes e vítimas. Como quem vive diante da montanha e não tem a noção exata do tamanho dela e da vastidão do vale que a margeia, quem vive nosso tempo tem a imensa facilidade de não perceber que as coisas estão mudando. Mas, além disso, entendo que a liquidez de nossos saberes e valores se devam, também, a insensibilidade ou a inflexibilidade que nos aprisiona numa visão de mundo muito restrita e que nos atrapalha a ver o vale amplo e promissor que se descortina adiante de nós. Para ver melhor, é preciso cansar as pernas e arriscar uma escalada para além da zona de conforto do nosso lugar. O conhecimento tem uma característica especialmente estranha. Da mesma forma que liberta e nos ajuda a ousar e avançar, ele nos dirige ao conforto e à segurança do lugar em que estamos. O mesmo saber que nos faz caminhar, em algum momento, por alguma razão, nos faz estacionar. Eis aqui, talvez, o maior risco do tempo chamado hoje: estacionamos. Paramos sob a segurança de que o rumo das coisas é, inexoravelmente, esse mesmo. Acomodamo-nos. A ciência - que não se esqueça! – tem, na sua genética, a dúvida e a pergunta. Conhecimento não se faz com informações acumuladas e empilhadas umas sobre as outras. Ciência e conhecimento se constróem revolucionariamente; ou seja, se edificam sobre a demolição de velhos e ultrapassados saberes. (Se é verdade que a Física contemporânea dependeu, em certos aspectos, dos estudos de Newton, é verdade, por outro lado, que Einstein precisou prescindir das bases da Física moderna para propor suas postulações.) Não há outro jeito: para construir o novo, é preciso demolir o velho. Julgo que um personagem seja central em todo esse processo: o professor. Não apenas os teóricos e doutos especialistas nesse ou naquele campo do saber. Mas o professor e a professora que estão nas primeiras salas de aula da vida. São esses profissionais que, deliberada ou intuitivamente, vão nos ajudar a construir as bases do saber. Não simplesmente o conteúdo do saber, mas, especialmente, a forma de aprender e a forma de saber. Há quem ensine coisas. Há quem estimule o aprendizado. Os primeiros tendem a se perder pelo tempo e pela efemeridade dos saberes. Os segundos, ao contrário, podem se perpetuar pelo fato de terem ajudado a fincar as colunas de sustentação do saber crítico consigo mesmo. O principal legado de um professor, creio eu, seja emprestar aos seus alunos a consistente capacidade de acreditar em si mesmos, mas, paradoxalmente, a curiosa postura de quem sabe rir de si mesmo e reconhece-se provisório e sempre em transformação. Da solidez à liquidez! A maior de todas as tentações dos professores é o fundamentalismo. Somos chamados a ajudar na formação das bases e dos fundamentos dos estudantes que a nós são confiados. Por isso, tendemos, às vezes, à comodidade do saber pronto e das ideias que parecem intocáveis. (Optamos pela segurança dos livros e das apostilas, por exemplo.) De todas as possibilidades que aos professores são abertas, a maior delas é a chance que têm de ajudar os alunos a crescerem por mérito próprio e a serem autores de sua história. Os adestradores ensinam o que fazer, como fazer, quando fazer. Ensinam, numa palavra, a fazer. Simplesmente fazer! E é lamentável que os resultados do adestramento sejam tão ansiados pela sociedade. São eles que parecem realmente importar. Continuidade. A professores, cabe outra e completamente distinta responsabilidade: apontar o caminho do saber que, para além de saber fazer, sabe saber-se provisório e sempre em transformação. Sabe perguntar e duvidar. Ruptura. Entre as muitas responsabilidades dos professores, talvez essa seja a maior de todas e, por isso mesmo, a mais gratificante: ensinar a desaprender. Por: Prof. Ricardo Lengruber- Secretário de Educação de Nova Friburgo

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O teólogo a serviço de Deus e não da teologia!!

Antes de conhecer Deus academicamente, o teólogo precisa conhecê-lo pessoalmente. Antes de descrever Deus, o teólogo precisa ter comunhão com ele. Antes de descrever o amor de Deus, o teólogo precisa sentir-se amado por ele. Antes de descrever a autoridade de Deus, o teólogo precisa submeter-se a ela. Antes de descrever a santidade absoluta de Deus, o teólogo precisa descrever a sua absoluta pecaminosidade. Antes de mencionar a sabedoria de Deus, o teólogo precisa confessar a sua ignorância. Antes de se enveredar pelo problema filosófico e teológico do sofrimento, o teólogo precisa aprender a chorar com os que choram e a alegrar-se com os que se alegram. Antes de tentar explicar as coisas mais profundas e misteriosas da teologia, o teólogo precisa ser honesto consigo mesmo e com os outros e admitir que nas cartas de Paulo e em outras passagens da Bíblia há coisas realmente difíceis de entender. Antes de ensinar e escrever teologia, o teólogo precisa entender que sua responsabilidade é enorme, porque, exatamente por ser reconhecido como teólogo, ele será ouvido, lido, consultado, citado. O teólogo não pode inventar suas teologias, assim como o profeta não podia inventar suas visões nem declarar “assim diz o Senhor”, se o Senhor nada lhe dissera. O teólogo não pode ser nem frio nem seco. Ele tem de declarar com toda empolgação que Deus é amantíssimo, graciosíssimo, justíssimo, misericordiosíssimo, puríssimo, santíssimo, sapientíssimo e terribilíssimo1. O teólogo precisa de humildade para explicar as coisas já reveladas e calar-se diante das coisas ainda ocultas. O teólogo precisa caminhar lado a lado com a fé e com a razão e, se em algum momento tiver de abrir mão de uma delas, deve ficar com a fé. O teólogo deve construir e, em nenhum momento, destruir. O teólogo obriga-se a separar o trigo do joio, a verdade do mito, a revelação da tradição, a visão verdadeira da falsa visão, o bem do mal, a luz das trevas, o doce do amargo, a vontade de Deus da vontade própria. O teólogo tem o compromisso de insistir na unicidade de Deus e condenar a pluralidade de deuses, tanto os de ontem como os de hoje2. O teólogo tem a obrigação de equilibrar a bondade e a severidade de Deus, o perdão e a punição, a vida eterna e a morte eterna, a graça e a lei. O teólogo é um fracasso quando não menciona que Deus amou tanto o mundo que deu seu único Filho por uma só razão: para que ninguém fosse condenado, mas tivesse, pela fé em Jesus, plena e eterna salvação! Escrito pelo pastor Elben César, é uma reflexão sucinta sobre o papel do teólogo cristão.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Quanto custa ser um homem?

> A perda da masculinidade nos nossos dias. > > Nas escrituras e em muitas civilizações havia esta noção de que o > macho ou era um menino ou era um homem. Não há muitos jovens que > gostam de ser chamados de meninos. Então, havendo apenas duas opções, > um jovem iria se esforçar para se tornar um homem, pois não quer ser > um menino. Mas esta falsa idéia de “modelos evolucionários” trouxe uma > terceira categoria: adolescentes. > > Então agora quando um garoto atinge a idade de onze, doze anos, ele é > chamado de adolescente. E é dito a ele que ele tem que se > auto-descobrir, buscar autonomia, ser rebelde, etc. > > Mas a bíblia não ensina que exista um período assim. E esta fase é > perfeita para o cara preguiçoso, que quer experimentar os privilégios > de um homem, mas não quer assumir as responsabilidades de um homem, e > continua agindo como um menino, até a idade de trinta anos. A > responsabilidade primordial de um homem santo é gerar homens santos. A > responsabilidade primordial de um pai é investir sua vida, a todo > custo, para criar seus filhos, de maneira que eles cheguem a idade de > 17 ou 18 anos e possam assumir o título de homem. > > Alguns jovens me perguntam: “Quando eu devo começar a namorar?”. O > namoro é algo recente, cultural, que nasceu nos últimos cem anos para > cá. É algo recreacional. Você quer sair com uma garota… por que? > Porque você quer os privilégios de ter uma parceira ao seu lado mas > sem assumir as responsabilidade de ter uma parceira. Então, quando eu > posso começar a me relacionar com alguém do sexo oposto? Quando você > se tornar um homem. > > E o que quer dizer se tornar um homem? > > De acordo com as escrituras, em primeiro lugar, é ser capaz de ser o > líder espiritual de uma mulher e de uma casa. Antes disso, > biblicamente, você não é considerado um homem. Não é apenas ter a > capacidade de fazer isto, mas é assumir a responsabilidade, o peso nos > seus ombros, de guiar espiritualmente sua família, ensinando e sendo > exemplo. > > Além disso, você estar pronto para proteger sua família. Não significa > ser cheio de músculos, mas ter o caráter forte e necessário para > enfrentar as adversidades que batem a porta. Não é obrigação da sua > esposa fazer isto. É sua responsabilidade se colocar na porta para que > sua mulher nunca tenha que enfrentar os problemas e seus filhos tenham > um lugar seguro para crescer e se desenvolver. > > Quando um rapaz pode iniciar um relacionamento? > > Quando ele pode ser um provedor para aquela pessoa. Por exemplo, se > seu pai e sua mãe ainda pagam suas contas, “você não tem o direito” de > pensar em alguém do sexo oposto. Apenas porque você atingiu certa > idade não quer dizer que pode participar de tudo o que diz respeito a > um homem. Você pode ter vinte e um anos e ser ainda um menino. A > bíblia sempre trata com homens: “e por esta razão o homem deixa seu > pai e sua mãe para se unir a mulher”. > > Esta idéia de namoro recreacional, “estou com ela porque gosto dela”, > não existe na bíblia, nem mesmo nas culturas dos povos, exceto na > cultura moderna ocidental. Os cristãos tem pelo menos cinco > relacionamentos antes de se casarem, então quando chegam no altar, > cinco partes deles estão espalhadas por aí. > > Eles não são uma pessoa completa. Você não pode entrar em um > relacionamento, de qualquer tipo de intimidade, sem deixar uma parte > de você mesmo para trás. > > Não existe na bíblia a idéia de um garoto, debaixo do teto de seus > pais, se alimentando da mesa deles, sustentado por eles, irá sair e se > divertir com alguém do sexo oposto. Ela diz que para estar junto com > alguém você deve deixar seu pai e sua mãe. > > Então, tudo o que conhecemos terá que ser mudado? Exatamente. Mas se > você é jovem, você crescerá rápido e se disser: “Eu não posso mais ser > um garoto ou brincar com as coisas de garoto, e ao mesmo tempo esperar > ter a permissão de participar nos privilégios de homens”. > > Pais, é sua principal responsabilidade que quando seus garotos > atingirem 18 anos, eles sejam homens. E por que a masculinidade > bíblica se perdeu nos dias de hoje? Eu perguntava para um grupo de > garotos: “Vocês estão no ensino médio. Vocês já escutaram seus amigos > conversando sobre como crescer e se tornar um homem de verdade, > desenvolver o meu caráter, ser capaz de tomar conta de mim mesmo, > depois encontrar um esposa e criar uma família santa?” Não, eles estão > todos brincando com Playstations e coisas assim. > > Eu morei em uma tribo no Peru por muitos anos. Lá, quando um garoto > tem 14 anos ele pode se casar, porque ele pode construir sua casa, > pode fazer uma plantação, pode lutar para defender sua tribo de outras > tribos. Mas na nossa cultura, a época do colégio é pura diversão, sem > essa noção de “Eu tenho que me tornar um homem”. Depois, vem a > universidade, que nada mais é que um colégio com pessoas mais velhas, > onde o mesmo espírito permanece: > “Vamos pra festa! Vamos andar poraí com nossos amigos! Vamos > continuar a nos divertir”. > > E alguns, quando saem da universidade, continuam: > “Ótimo, agora eu tenho dinheiro, posso comprar mais Playstations! > Posso ter mais hobbies e comprar brinquedos mais caros”. > > E claro, eles querem sexo, então entram em um relacionamento. Mas, > mesmo após o casamento, nunca assumem a responsabilidade de seu > relacionamento. Pois não sabem que estão casando com uma esposa, acham > que estão casando com uma “mãe”, então querem que o tratamento de > “mãe” continue. > > Os pais tem essa idéia de que quando seus filhos atingem a idade de 12 > anos, 11 anos (e a idade continua diminuindo), e começam a pensar > sobre o sexo oposto é chegada a hora deles entrarem em > relacionamentos. Este não é o sinal de Deus de que seu filho deve > entrar em um relacionamento, mas é o sinal de Deus que é hora de > começar a trabalhar a sua masculinidade, para que com o tempo ele se > torne um homem e possa entrar em um relacionamento. O mesmo vale para > as meninas. A idéia de ter garotos e garotas de 12 e 13 anos se > relacionando é doente. > > O pior erro que você pode cometer é chegar para um de meus garotos e > dizer: “Você é jovem, bonito, porque você não arranja umas > namoradinhas?”. Eu vou lhe parar no mesmo instante e lhe manter > distante dos meus filhos. Jovens garotos devem estar construindo > castelos, lutando contra dragões e lendo Crônicas de Narnia. > > O que acontece é que quando aquela faísca aparece, não há ninguém para > direcioná-lo. Quem lhe ensina sobre isto é a televisão, revistas e > outros garotos como você. É gasto muito tempo conversando sobre > garotas, e jogos, e passeando por shoppings, e todo aquele tempo que > deveria ser usado para desenvolver masculinidade e feminilidade é > jogado fora. > > Nos anos 60 e 70, nós quisemos dar ouvidos a grupos de feministas e > homossexuais que queriam nos ensinar a como criar nossos filhos. Nós > deveríamos ter ido nas escrituras, nas veredas antigas, nos caminhos > do Senhor. > > Houve o tempo em que os homens eram respeitados por colocarem comida > na mesa. Agora, isto não é suficiente, você deve colocar dois carrões > na garagem. E muitos homens e mulheres estão trabalhando e não é para > colocar comida na mesa, é para comprar todos os brinquedos que a > sociedade compra, pagar pelos seus hobbies e a crianças são > esquecidas. > > Sua obrigação não é dar as crianças todas as coisas que você nunca > teve, pois foram as coisas que você nunca teve que fez de você o homem > que você é hoje, e são estas coisas que você nunca teve e que você dá > aos seus filhos que estão transformando-os em inúteis. Não devemos dar > as nossas crianças tudo o que não tivemos, devemos dar a elas nós > mesmos, um mentor, um pai, um líder. > > Verso 19 de Gênesis 3 diz: “Do suor da tua face tu comerás o pão…”. Há > tempos atrás, apenas pessoas milionárias viviam em mansões. Mas, na > nossa sociedade moderna, achamos que qualquer pessoa que trabalhe > meio-período tem o direito de morar em uma casa destas. Achamos que > merecemos tudo, e que temos o dever de viver o estilo de vida que os > ricos famosos vivem. > > Não, não caiam na falsa idéia de que merecemos uma vida fácil, com > várias férias, podendo viajar quando bem quisermos, que podemos > terminar nosso trabalho no final do dia, trazer comida para casa, > depois sentar na poltrona e ficar ali como um tronco de madeira morto, > porque você merece. Isto está errado. Você deve viver do suor do seu > trabalho. Esta é sua vida como homem. Você tem muitas obrigações a > cumprir e pouco tempo para descansar. Sinto muito, isto é > masculinidade. > > Em suma, devemos acordar bem cedo, ir trabalhar, voltar para casa, e > então nosso real trabalho começa. Temos uma esposa em casa para cuidar > que precisa de muito mais do que apenas trazermos comida. E temos > crianças que precisam ser discipuladas e mentoreadas. Então, desabamos > na cama, para acordar no dia seguinte e fazer tudo de novo. Esta é a > razão pela qual a mulher deve cuidar da casa e viver para seu marido, > pois a vida dele é viver para eles. > Nossa cultura prega que devemos ter uma vida fácil. Quando a queda > aconteceu, no jardim, a vida fácil foi embora. Muitos homens > trabalham, e eles odeiam isso, e eles ficam com suas famílias apenas > suficiente para fazer o mínimo, e então podem fugir de seus trabalhos > e de suas famílias para fazer algo que realmente gostem, e suas vidas > ficam sempre nestes hobbies, nos esportes, em descansar, e outras > coisas. > > A única maneira de achar contentamento nesta vida é vendo o seu > trabalho e suas responsabilidades nesta terra como ordenanças de Deus > e aguardando sua recompensa no céu, realizando o trabalho que lhe é > proposto e tirando sua alegria do fato de agradar a Deus ao assumir a > responsabilidade de sua masculinidade. > > Então não podemos praticar esportes ou descansar? Podemos, mas não > tanto quanto gostaríamos, ou tanto quanto meus amigos, que não são > casados ou não tem filhos. Existem fases diferentes em nossas vidas. > Onde está seu coração? A verdadeira alegria não está em continuar > sendo um menino eternamente, apenas com brinquedos mais caros e > continuamente sendo cuidado por uma mãe, seja ela sua mãe mesmo ou sua > esposa. A alegria e o contentamento vem de assumir sua > responsabilidade que lhe foi proposta por Deus, de prover para sua > família, e não apenas coisas físicas, pois isso é apenas uma pequena > parte da provisão. > > A pessoa mais importante na face da terra para um homem deve ser sua esposa. > > E vice-versa. Uma terrível ilustração para isto é que, se eu estiver > em um barco com minha mulher e meus filhos, e o barco estiver > afundando, e apenas eu souber nadar e for capaz de salvar apenas uma > pessoa, eu devo salvar minha esposa. Você já deve ter escutado: “Não > há amor como o de mãe”, isso é errado, a bíblia fala que não há amor > como o amor de um pai. > > Você sabe porque tantas mulheres são tão ligadas as seus filhos? > > Porque suas necessidades emocionais que deveriam ser supridas por seu > marido não o são, então elas buscam esse suporte emocional nos seus > filhos. O problema é que as crianças não foram feitas para nutrir > emocionalmente os pais. Se o marido amar a esposa mais do que tudo, as > crianças olharão e dirão: “Meu pai ama minha mãe mais do que tudo > neste mundo. Este lar está seguro como uma rocha, papai não vai a > lugar nenhum”. E a filha dirá: “Então é assim que um homem deve tratar > uma mulher. Meu pai trata minha mãe como se fosse uma rainha. Eu não > irei aceitar nada menos do que isto”. > > Tradução e transcrição pela Equipe BC Heart da pregação “What it takes > to be a man?” – por Paul Washer