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terça-feira, 25 de março de 2014

Colégio Episcopal sobre as manifestações públicas


Ao povo Metodista Brasileiro
Assunto: Manifestações Públicas

“Esteja sobre nós a bondade do nosso Deus Soberano. Consolida, para nós, a obra de nossas mãos; consolida a obra de nossas mãos”!
Salmos 90:17
Para o Colégio Episcopal da Igreja Metodista, as manifestações populares num Estado democrático de direitos são sempre bem vindas, pois as pessoas têm o direito de se manifestarem contra ou a favor daqueles que governam, sejam do poder executivo, legislativo ou judiciário.

Como Igreja devemos tomar os devidos cuidados para não nos precipitarmos no julgamento das motivações das massas, bem como de seus idealizadores. Lembramos muito bem da multidão neotestamentaria que dizia: “crucifica, crucifica!”

Lutar por direitos individuais e coletivos, visando o bem de toda a população brasileira é dever de todo cidadão brasileiro. E, é certo  que não tem havido na história a garantia dos mesmos. Por este motivo o silêncio do povo pode significar aceitação.

Ao mesmo tempo em que apoiamos as manifestações, não apoiamos seus desvios.  A impressão que temos é que esperaram aprovar a festa, o orçamento, construir o bolo (estádios) e seus enfeites (toda mídia), trazer os convidados à nossa casa para festejar, para então se unirem contra tudo, tendo no movimento alguns que saem com o propósito de ferir os convidados. Muito cuidado nestas horas! Nos manifestar na prevenção, ajuda mais ao país em suas decisões para evitar gastos desnecessários em vários projetos. Existem muitas obras desnecessárias paradas e se deteriorando por este Brasil afora, feitas com dinheiro público que poderia abater no custo das passagens de ônibus  ou investir melhor na saúde e educação, por exemplo.

Reconhecemos que o momento auge de uma festa pública não deixa de ser um ótimo momento para fazer conhecido o descontentamento pessoal e coletivo, contudo alertamos para o perigo dos excessos nas ações contra quem não aprovou nada, não decidiu nada, pelo contrario ajudou a pagar a conta de quem organizou a festa.

Como Igreja, condenamos todo ato de vandalismo contra pessoas e bens privados e públicos, mesmo porque os públicos foram  feitos com o nosso dinheiro e isto precisa ser respeitado.

Como bispos e bispa, conclamamos nosso povo, em especial nossa juventude, a que não fique alheia a estas manifestações, contudo usem dos critérios do Reino de Deus para ajudar a levedar a massa, para que os resultados requeridos sejam os melhores para todos os brasileiros.

Alertamos para que todos estejam atentos aos temas nacionais recorrentes em nosso país que atentam contra a vida abundante anunciada por Jesus Cristo:  justiça e paz para todos e todas é o propósito de Deus. Já a corrupção e seus corruptores, a homofobia, o mau trato das mulheres, o racismo, a exploração e abandono das crianças , as drogas lícitas e ilícitas, a degradação da família , os altos impostos recolhidos pelo leão e o mau uso dos mesmos são realidades que precisamos combater. Os recursos públicos precisam priorizar a área da saúde, educação, segurança e combate a miséria.

Esperamos que a população fique atenta a estes e outros temas e deem respostas nas urnas nas próximas eleições, façam manifestos pacíficos e bem focados nos temas que precisam de mudanças urgentes para que o país seja de fato de todos e todas, no presente o no futuro.

Recomendamos que “a tempo e fora de tempo” continuem fazendo suas orações a favor de todas as autoridades que governam sobre nós, pois estão onde estão por permissão de Deus e pelo voto de cada um de nós. As manifestações populares têm muita força em sua unidade de propósito, desde que seus fundamentos sejam em prol de uma vida digna e melhor para todos e todas.

Que o Deus de toda paz guarde seus corações e mentes em Cristo Jesus e que suas boas obras sejam manifestas ao mundo na força do Espírito Santo e gere frutos abundantes de justiça, salvação e vida nova em todo o povo.

Em oração por suas vidas e pela missão que nos é comum, que é ser testemunhas da graça de Deus, viver seu amor com intensidade e fazer novos discípulos e discípulas nos caminhos da missão.



Bispos e Bispa da Igreja Metodista Brasileira.
São Paulo, 21 de junho de 2013.
fonte: Colégio Episcopal