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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Aula do dia 25.09.2012.

Ética no 1º testamento, no 2º Testamento, a ética aplicada por Jesus e por Paulo. INTRODUÇÃO A ÉTICA DO ANTIGO TESTAMENTO Desde a Criação do mundo, do homem, da mulher e a confiança em ambos depositada pelo Criador logo definiu qual deveria ser o padrão de conduta para merecer o recebimento das bênçãos Divinas: um compromisso estabelecido, uma palavra dada sempre devem ser mantidos. Esta é uma entre tantas lições que se aprende do pecado ocorrido no Éden. O Dilúvio que devastou o mundo a fim de purificá-lo com suas águas, poupou um único homem bom e justo, Noé e sua família, fornecendo uma prova ímpar sobre a importância de quem se conduz com moralidade no mundo. Jacó, apesar de tantas vezes ter sido enganado por seu sogro Labão, homem sem escrúpulos, que trocava um sem número de vezes sua palavra, cumpriu compromissos mesmo duvidosos afim de manter intacta sua integridade, o que o levou a sacrificar 20 anos de sua vida trabalhando sem trégua. 1. A ÉTICA DO 1ª TESTAMENTO 1.1 O caráter ético de Deus A religião dos judeus tem sido descrita como “monoteísmo ético”. O 1ª Testamento fala da existência de um único DEUS, o criador e Senhor de todas as coisas. Esse Deus é pessoal e tem um caráter positivo, não negativo ou neutro. Esse caráter se revela em seus atributos morais. Deus é Santo (Lv 11, 45; Sl 99, 9), justo (Sl 11, 7; 145, 17), verdadeiro (Sl 119, 160; Is 45, 19), misericordioso (Sl 103, 8; Is 55, 7), fiel (Dt 7, 9; Sl 33, 4). 1.2 A natureza moral do homem A Escritura afirma que Deus criou o ser humano à sua semelhança (Gn 1, 26-27). Isso significa que o homem partilha, ainda que de modo limitado, do caráter moral de seu Criador. Embora o pecado haja distorcido essa imagem divina no ser humano, não a destruiu totalmente. Deus requer uma conduta ética das suas criaturas: “Sede santos porque eu sou santo” (Lv 19, 2; 20, 26). 1.3 A Lei de Deus A lei expressa o desejo que Deus tem de que as suas criaturas vivam vidas de integridade. Há três tipos de leis no Antigo Testamento: cerimoniais, civis e morais. Todas visavam disciplinar o relacionamento das pessoas com Deus e com o seu próximo. A lei inculca valores como a solidariedade, o altruísmo, a humildade, a veracidade, sempre visando o bem-estar do indivíduo, da família e da coletividade. 1.4 Os Dez Mandamentos A grande síntese da moralidade bíblica está expressa nos Dez Mandamentos (Ex 20, 1-17; Dt 5, 6-21). As chamadas “duas tábuas da lei” mostram os deveres das pessoas para com Deus e para com o seu próximo. O Reformador João Calvino falava nos três usos da Lei: judicial, civil e santificador. Todas as confissões de fé reformadas dão grande destaque à exposição dos Dez Mandamentos. 1.5 A contribuição dos profetas Alguns dos preceitos éticos mais nobres do Antigo Testamento são encontrados nos livros dos Profetas, especialmente Isaías, Oséias, Amós e Miquéias. Sua ênfase está não só na ética individual, mas social. Eles mostram a incoerência de cultuar a Deus e oferecer-lhe sacrifícios, sem todavia ter um relacionamento de integridade com o semelhante. Ver Isaías 1, 10-17; 5, 7 e 20; 10 1-2; 33, 15; Oséias 4, 1-2; 6, 6; 10, 12; Amós 5, 12-15, 21-24; Miquéias 6, 6-8. 2. A ÉTICA DO 2ª TESTAMENTO 1. A ética do Novo Testamento não contrasta com a do Antigo, mas nele se fundamenta. Jesus e os Apóstolos desenvolvem e aprofundam princípios e temas que já estavam presentes nas Escrituras Hebraicas, dando também algumas ênfases novas. 2. A ética de Jesus: a ética de Jesus está contida nos seus ensinos e é ilustrada pela sua vida. O tema central da mensagem de Jesus é o conceito do “reino de Deus”. Esse reino expressa uma nova realidade em que a vontade de Deus é reconhecida e aceita em todas as áreas. Jesus não apenas ensinou os valores do reino, mas os exemplificou com a vida e o seu exemplo. 3. O Sermão da Montanha: uma das melhores sínteses da ética de Jesus está contida no Sermão da Montanha (Mateus Caps. 5 a 7). Os seus discípulos (os Filhos do Reino) devem caracterizar-se pela humildade, mansidão, misericórdia, integridade, busca da justiça e da paz, pelo perdão, pela veracidade, pela generosidade e acima de tudo pelo amor. A moralidade deve ser tanto externa como interna (sentimentos, intenções): Mt 5, 28. A fonte do mal está no coração: Mc 7, 21-23. 4. A vontade de Deus: Jesus acentua que a vontade ou o propósito de Deus é o valor supremo. Vemos isso, por exemplo, em Mt 19, 3-6. O maior pecado do ser humano é o amor próprio, o egocentrismo (Lc 12, 13-21; 17, 33). Daí a ênfase nos dois grandes mandamentos que sintetizam toda a lei: Mt 22, 37-40. Outro princípio importante é a famosa “regra de ouro”: Mt 7, 12. 5. A ética de Paulo: Paulo baseia toda a sua ética na realidade da redenção em Cristo. Sua expressão característica é “em Cristo” (II Co 5, 17; Gl 2, 20; 3, 28; Fp 4, 1). Somente por estar em Cristo e viver em Cristo, profundamente unido a Ele pela fé, o cristão pode agora viver uma nova vida, dinamizado pelo Espírito de Cristo. Todavia, o cristão não alcançou ainda a plenitude, que virá com a consumação de todas as coisas. Ele vive entre dois tempos: o “já” e o “ainda não”. 6. Tipicamente em suas cartas, depois de expor a obra redentora de Deus por meio de Cristo, Paulo apresenta uma série de implicações dessa redenção para a vida diária do crente em todos os aspectos (Rm 12, 1-2; Ef 4, 1) 7. Entre os motivos que devem impulsionar as pessoas em sua conduta está a imitação de Cristo (Rm 15, 5; Gl 2, 20; Ef 5, 1-2; Fp 2, 5). Outro motivo fundamental é o amor (Rm 12, 9-10; I Co 13, 1-13; 16, 14; Gl 5, 6). O viver ético é sempre o fruto do Espírito (Gl 5, 22-23). 8. Na sua argumentação ética, Paulo dá ênfase ao bem-estar da comunidade, o corpo de Cristo (Rm 12, 5; I Co 10, 17; 12, 13 e 27; Ef 4, 25; Gl 3, 28). Ao mesmo tempo, ele valoriza o indivíduo, o irmão por quem Cristo morreu (Rm 14, 15; I Co 8, 11; I Ts 4, 6; Fm 16) 9. Acima de tudo, o crente deve viver para Deus, de modo digno dele, para o seu inteiro agrado: Rm 14, 8; II Co 5, 15; Fp 1, 27; Cl 1, 10; I Ts 2, 12; Tt 2, 12. Unidade III - Ética aplicada VISÃO GERAL DAS ABORDAGENS ÉTICAS Todas as abordagens éticas partem da necessidade de se responder a questões que envolvem o que é certo e o que é errado. Por exemplo: Mentir é sempre errado? Há situações em que deixar de falar a verdade é justificável para o cristão? O aborto é certo, se uma jovem crente for vítima de um estupro? O posicionamento do cristão, neste início de milênio, não é fácil de ser tomado, face às abordagens e questões éticas contemporâneas. É que, em termos de moral, de conduta, de costumes, que formam as culturas dos povos, o que se vê é um verdadeiro terreno escorregadio e pantanoso, em que nãos e sabe onde o certo termina, e começa o errado. Os limites da moral estão cada vez mais sendo elastecidos e abolidos. O que era certo há apenas 10 anos, hoje é visto como errado, o que era errado, agora é visto como certo... Diante disso, a sociedade sem Deus, materialista e hedonista, não tem referenciais seguros, em que se possa confiar. O profeta Isaias bem traduziu esse fenômeno, há quase mil anos antes de Cristo, quando bradou: “AI DOS QUE AO MAL CHAMAM BEM E AO BEM, MAL! QUE FAZEM DA ESCURIDADE LUZ, E DA LUZ, ESCURIDADE, E FAZEM DO AMARGO DOCE, E DO DOCE, AMARGO!” – Is. 5:20. Isso prova que a humanidade, não obstante o perpassar dos séculos, continua a mesma, em termos de ética e moral, sob o domínio avassalador dos formadores de opinião; principalmente nos tempos pós-modernos, com a influência dos meios de comunicação, notadamente da TV e da Internet, a rede mundial de computadores, que colocam dentro dos lares uma gama imensa de informações, as quais, na maioria dos casos, não permitem ao expectador uma filtragem daquilo que é certo ou errado. Admitindo que tudo isso seja verdade, como deve o cristão posicionar-se, face às questões éticas e suas abordagens mais comuns? A resposta não pode ser tão simples, mas o cristão tem a vantagem de possuir um código de ética extraordinário, que é a Bíblia Sagrada, por ele aceita como inspirada a revelada por Deus, através do Espírito Santo. Ele pode dizer com ousadia, como fez o salmistas: “LÂMPADA PARA OS MEUS PÉS É A TUA PALAVRA E LUZ, PARA O MEU CAMINH0” – Sl. 119:105. - Pode confiar no que disse Jesus em relação a sua Palavra: “O CÉU E A TERRA PASSARÃO, MAS AS MINHAS PALAVRAS NÃO HÃO DE PASSAR” – Mt. 24:34. - Essa afirmação é fundamental, é alicerce inabalável para o crente em Jesus. Ele sabe que tudo pode passar neste mundo, os homens, as idéias, as coisas, a moral, os usos e costumes, mas as palavras de Jesus não passarão.

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